quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Momentos... De tensão.

A vida é um coisa engraçada. Nunca, em toda a minha breve existência, um celular com pouca bateria me deixou na mão. Já fiquei sem sinal, sem saldo, mas a bateria, mesmo com um ínfimo risquinho, sempre se manteve firme e forte.

Confiando nessa característica tão presente na minha vida, saí de casa de manhã com a bateria nas últimas, crente que não teria problemas... Ledo engano.

A manhã de aulas correu maçante como o previsto e ao fim da interminável aula de Química, notei uma luzinha brilhante dentro da minha mochila. Esperei o professor encerrar a aula e, quando fui averiguar, a lanterna do celular estava ligada há não sei quanto tempo. Rapidamente, pus-me a tentar apagar aquilo, mas em questão de segundos após eu tocar na primeira tecla, a bateria descarregou sem chances de ressucitar.

Jogando o imprestável de volta a mochila, desci com as meninas ao refeitório para um descanso merecido antes de mais uma hora e meia numa sala com o Rato.

Esqueci-me do infeliz e somente quando já estava no ônibus de volta para casa, abri a mochila afim de guardar a carteira e notei o telefone que jazia jogado no fundo do bolso, sem uso. Tentei ligá-lo, em vão, mais algumas vezes, porém, com a proximidade de casa, resolvi deixar para ligá-lo depois.

Desci do ônibus, andei até o prédio, toquei o interfone, e nada da mamãe atender. tentei uma, duas, três vezes sem resposta.

Foi aí que a compreensão tomou conta do meu ser e o pânico começou a surgir. Eles haviam ido ao aeroporto e eu estava incomunicável! Será que haviam tentado me ligar e, ao não conseguir manter contato, eles entraram em pânico? Acionaram a polícia? Os bombeiros? Hospitais? Embaixada? Interpol?

Quem começou a surtar fui eu, que saí a procura de um telefone público para dar sinal de vida. Devia estar parecendo bastante transtornada pois uma moça a quem eu pedi informação chegou a me emprestar o próprio celular para eu fazer a ligação, e eu fiz, duas vezes, mas o celular dos meus pais só dava ocupado. O pânico tomou conta de mim por exato meio segundo, eles estavam tentando me ligar!

Agradeci a gentil mulher e fui em busca de um telefone público. Achei-o perto do Novohotel, mas como os deuses estão de mal comigo e hoje definitivamente não é o meu dia, ele estava em manutenção.

Tive vontade de chutá-lo, no entanto, só o fiz mentalmente. Eu havia andado horrores, num frio desgraçado para nada; eu continuava sem falar com os meus pais.

Respirei fundo e fiz o meu caminho de volta para casa. Não ia ficar que nem uma barata tonta de um lado a outro.

Foi ai que lembrei que estava com o meu Ipod e que o barzinho perto do 'Seu Flores' tem Wi-Fi grátis. Bingo! Era só entrar no site e mandar uma mensagem, certo? Então lá fui eu até o café para roubar uma internetzinha. Entrei, pedi uma coca-cola e um croissant, além da senha da rede. Até aí tudo perfeito, até o meu Ipod se recusar a entrar na net, dando inúmeros erros. Só não o joguei no chão porque eu amo o meu Siriuszinho do coração, mas cheguei muito perto. Já eram duas horas e eu não conseguia nada fazia meia hora! Saindo do café, eu passei em frente ao 'Seu Flores', que estava fechado, e entrei na primeira loja aberta, no caso a loja vizinha, pronta para implorar por um telefone, e foi basicamente o que fiz, só que com muita classe e educação.

A atendente, muito compadecida pela minha cara de desesperada, me emprestou o próprio celular. Que Deus a abençõe e ela seja muito rica!

Eram 14:20hs quando eu consegui, finalmente, falar com a minha mãe, que não parecia nada preocupada. Como não? Onde estava a Interpol e a mobilização por parte da Embaixada? Ao que parece ela mandou várias mensagens para o meu celular descarregado, avisando para eu esperá-la na escola e por isso não estava nada preocupada comigo. Eu, por outro lado, estava presa do lado de fora do prédio, sem chave ou celular, enquanto eles, lindos e absolutos, passeavam pelo aeroporto.

Depois de destruir muitos neurônios me preocupando e surtando, estou há uma hora esperando que eles voltem de lá. Sentada num banquinho minusculo da padaria , escrevendo essa história que seria cômica se não fosse trágica.

Anyway, minha mãe chegou e eu irei comprar o meu ' diplomata' para ir para casa.

Um comentário:

Lena Araújo disse...

Isso porque não era seu celular mágico! Se fosse ele, a única coisa que ia cair era a capinha da bateria. Amo.

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